“Benedita é de gente empreendedora e é a freguesia mais dinâmica do distrito de Leiria, apenas com pequenas e médias empresas”, enaltece Hermínio Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, por ocasião da visita de Ana Fontoura Gouveia, secretária de estado da Energia e do Clima, à Julipedra – The Portuguese Limestone, na Benedita. No dia 13 de outubro, a dirigente esteve em Terras de Cister no âmbito do programa “Roteiro pelos Recursos Minerais”, promovido pela Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (ASSIMAGRA). Hermínio Rodrigues referiu que o setor da pedra é “estratégico para o concelho de Alcobaça”. E a prova disso é o facto de estarmos a fazer a alteração do Plano Diretor Municipal, para dar uma resposta eficaz aos legítimos anseios dos nossos empresários da pedra”, sendo que “queremos formalizá-lo em março de 2024”. O autarca destaca que «não é só para o licenciamento das pedreiras, porque grande parte das indústrias estão licenciadas, mas para o licenciamento da ampliação. As empresas precisam de crescer”. A vertente da sustentabilidade também não foi deixada em claro pelo presidente da câmara, ao referir que as “pedreiras têm uma economia circular”, e enalteceu, assim, a sustentabilidade desta indústria.
Júlio Lopes Pedro, fundador da empresa beneditense, afirma ser uma “grande responsabilidade e uma grande honra representar o setor neste dia”.
Na ocasião, Miguel Goulão, presidente da ASSIMAGRÁ, assume que o setor da pedra está «diferente” e refere a importância de “haver quem o defenda”. Neste sentido, avisa que se tem verificado uma “tendência da administração pública central de delegação de competências para os municípios”. E no setor da pedra, assim, que as “decisões estratégicas e centrais, que têm a ver com questões nacionais, passam para questões de âmbito municipal e ao abrigo daquilo que é a verdade dos populares com as manifestações, vontades e desejos, o país não pode ser competitivo economicamente”. Por isso, defende que apenas exista descentralização de algumas competências”. Miguel Goulão pede ainda para”rever uma matéria da lei das pedreiras”. No fundo, o presidente da associação refere que importa conhecer as nossas dificuldades e é esse o desafio que lançamos”. De igual modo, sublinha a importância da indústria da pedra ao referir que somos o setor que tem o valor médio de salário mais elevado de toda a nossa economia”. Em suma, analisa que “estamos perante um setor de grande tradição e de grande futuro”.
“Defender os associados da ASSIMAGRA é defender o país”, assegura a secretária de estado da Energia e do Clima. Ana Fontoura Gouveia sublinha que “estaremos aqui para prosseguir esse trabalho juntos”. Em simultâneo, analisa que quando “pensamos numa indústria da pedra, pensamos numa indústria do passado, com pouco futuro e uma pegada ambiental negativa”. Mas “verificámos o oposto com esta visita”. A Julipedra – The Portuguese Limestone tem “pedra nacional, maquinaria local e trabalhadores locais a produzirem um produto customizado, adaptado às necessidades de um cliente tão exigente”. Por isso, a dirigente leva e sentiu, na Benedita, «muito orgulho pela envolvência da fábrica na comunidade e pelo esforço das pessoas, que fazem o seu melhor para produzir um produto de valor acrescentado”.
A Julipedra – The Portuguese Limestone é composta por uma equipa de 40 pessoas.A sua especialização são obras de pedra calcária. Um dos traços distintivos é a “produção é feita à medida e transformada na nossa fábrica”, revela Sérgio Figueiredo, diretor comercial da empresa. Ou seja, anão há produção para stock”. Afirma, ainda que «’estamos no caminho da sustentabilidade”: cerca de 40% da eletricidade utilizada é de produção própria e a água consumida nas instalações é reciclada. Portanto, a “água volta a entrar no sistema e é novamente utilizada”. Sérgio Figueiredo também refere que os “resíduos principais são as lamas, que vêm do tratamento da água, e são desperdícios de terra”. Mas são considerados “subprodutos, uma vez que são usados como matéria-prima em outras indústrias para fazer diferentes produtos, como as lamas são usadas para fazer cimento”. Atualmente exporta 90% dos produtos, com projetos em 45 países.
IN: Jornal “O Alcoa”