As exportações de pedra natural portuguesa registadas este ano, até setembro, continuam abaixo dos valores de 2019, mas estão muito próximas dos 270 milhões de euros registados em 2018, revelou hoje a Assimagra.
Num comunicado enviado à agência Lusa, a Associação das Empresas Portuguesas de Recursos Minerais lembra que 2019 foi um ano recorde, com o valor agregado de exportações a ultrapassar ligeiramente os 320 milhões de euros, mas considera que os valores deste ano refletem uma recuperação “muito positiva” face às “expectativas de quebra” no início da pandemia de covid-19.
“É um sinal de que o setor tem sido capaz de reagir às contrariedades que resultaram do confinamento, do encerramento de fronteiras e da paragem do comércio internacional que aconteceu em março e abril passados”, referiu a vice-presidente da Assimagra, Célia Marques.
O principal destino das exportações de pedra natural portuguesa continua a ser a Europa, com um total de exportações de 1,3 milhões de toneladas até setembro, a um preço médio de 201,23 euros por tonelada, explica ainda o documento. Segundo a vice-presidente da Assimagra, a expectativa das empresas no início da pandemia era de que as exportações “caíssem cerca de 30%” até ao final do ano, mas face a estes dados “é agora expectável que as quebras não cheguem aos dois dígitos” com o total de exportações a ficar muito próximo de 2018.
“Esta recuperação deve-se ao esforço e capacidade [das empresas] do setor em corresponder aos projetos que tinham em carteira e de se adaptarem às novas ferramentas e plataformas digitais, havendo agora mais empresas a usar essas soluções que começam a gerar maior confiança”, considerou Célia Marques. O crescimento das exportações, no entanto, só deve voltar aos níveis pré-pandemia “lá para finais de 2021 ou 2022”, uma vez que o regresso à normalidade no que respeita à “circulação e presença em feiras internacionais” são fatores “essenciais” de posicionamento e promoção internacional do setor. Por isso, o comunicado reforça o apelo feito pela Assimagra ao Governo, em 19 de novembro, para que a publicação da futura lei das pedreiras, cujo texto final ainda não é conhecido, não ocorra em plena crise pandémica. “O setor e o país precisam de recuperar economicamente do abalo que foi o segundo trimestre e, portanto, não é o momento de penalizar as empresas com adaptações legais que obriguem a demasiados procedimentos administrativos amplamente burocráticos e dispendiosos”, justificou Célia Marques.
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