O maior impacto pode chegar em 2021 com os adiamentos e os cancelamentos de novos projetos sobretudo de hotéis e resorts. Filipe S. Fernandes
“Desde janeiro de 2020 que indústria transformadora de recursos minerais tem sentido impacto da crise sanitária global, e a avaliação aponta para perdas de 400 milhões de euros este ano”, disse Miguel Goulão, vice-presidente, Assimagra- Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins na 3ª webconferência PME no Radar, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Santander.
Mas o maior impacto pode vir a ser sentido em 2021, porque não é um “setor que produz para amanhã, normalmente, trabalhamos em projetos que demoram algum tempo e têm uma maturidade de decisão”. Por exemplo, projetos em carteira para a área do turismo como hotéis e resorts que “estavam pensados e desenvolvidos, vão ser repensados, e provavelmente uns serão adiados e outros nem sequer vão ser feitos”.
“A indústria transformadora de recursos minerais exporta grande parte da sua produção, 45% para fora da Europa e o restante na Europa, por isso os impactos da crise sanitária foram diferenciados e nos casos das empresas que exportam para a China, o segundo maior mercado, começou logo em Janeiro”, disse Miguel Goulão, Vice-Presidente, Assimagra- Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins.
A China foi a primeira a sentir o impacto da pandemia e os seus os efeitos logo em janeiro, o que se repercutiu nas empresas exportadoras portuguesas. “A indústria chinesa, que é nossa cliente, parou a sua atividade, os próprios processos logísticos de relação com aquele mercado deixaram de existir e as empresas sentiram dificuldades em escoar os seus produtos mesmo no caso de empresas chinesas que mantinham a atividade, não havia logística disponível para fazer chegar os produtos”, referiu Miguel Goulão.
Depois em março veio o efeito da covid-19 nas empresas que exportavam para a Europa. Houve impacto em termos de produção, mas as empresas não pararam totalmente. Neste setor quase todas as empresas estão a laborar. “Há empresas que recorreram a lay-offs parciais, mas em número reduzido”, segundo Miguel Goulão. Explica que nesta indústria se trabalha e planeia com um horizonte de médio e longo prazo.