Portugal tem uma riqueza geológica diversificada e desde sempre a utilizamos na construção e em obras reconhecidas (só um exemplo, Templo Romano Évora- Ano 1 dC).
A história da Indústria da Pedra Natural é longa, mas a reflexão a seguir, situa-se a partir de 2000, em que o amplo know how, a excelência da matéria-prima e a constante evolução da capacidade tecnológica permitiram ao sector assumir o paradigma de venda de produto transformado, especializando-se cada vez mais em obra-à-medida, com projetos únicos de alto valor acrescentado. Em meados de 2020, iniciou-se um movimento na Pedra Natural que juntou empresas de pedra, empresas tecnológicas, centros tecnológicos, associações, universidades e politécnicos, num projeto de desenvolvimento de Nova Tecnologia e novos produtos, com o mote de fazer mais, melhor e com menos, a partir de novas tecnologias de jato de água (por exemplo) e de novos produtos a partir de subprodutos. Hoje, quatro Projetos Colaborativos depois, mais de 50 parceiros envolvidos, mais de 30 Milhões de Investimento, e apoiados por muitos projetos individuais das empresas, mas também associativos de promoção da pedra portuguesa, colocam a Indústria da Pedra Natural em Portugal como as mais bem equipadas tecnologicamente, a nível europeu.
No âmbito da Agenda Verde SUSTAINABLE STONE BY PORTUGAL (+ 55 Milhões de Euros de Investimento) em curso, aprovada pelo PRR, já não falamos nas novas tecnologias, mas nas emergentes. Os parceiros desta Agenda estão comprometidos a continuar o caminho da inovação e digitalização, a ambicionar o Desperdício Zero, e a contribuir para a descarbonização, defendendo a sustentabilidade económica, ambiental e social.
E sendo um sector pequeno, tradicional, o CLUSTER DOS RECURSOS MINERAIS, parceiro mobilizador da Inovação e da Investigação e Desenvolvimento congratula-se pelo desenvolvimento conjunto entre todos os players que guiou esta Indústria para as grandes tendências tecnológicas 2023, segundo a Gartner “Top 10 Strategic Technology Trends”, computação, IoT, inteligência artificial, robotização, tecnologia sustentável, digitalização 4D.
Com um peso de 0,6% na economia portuguesa e estando entre os 10 maiores exportadores a nível Mundial, o sector tem vindo continuadamente a crescer e a competir cada vez mais com produtos altamente processados para obras de referências mundial.
Para esta resiliência e capacidade de inovação, é urgente que se reflita e se ultrapasse as questões do acesso ao território, garantindo-se o aumento da vida útil das pedreiras em Portugal. Neste caminho estratégico, salienta-se o papel da ASSIMAGRA – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DA INDÚSTRIA DOS RECURSOS MINERAIS que tem fomentado práticas colaborativas nos processos extrativos, intervindo nas políticas de planeamento e ordenamento do território, mas, acima de tudo, procurando ativamente gerar maior eficiência em toda a cadeia de valor da pedra natural, respondendo aos requisitos de mercado e da sociedade (ambientais).
A capacidade exportadora, a crescer, depara-se ainda com questões como a falta de pessoal, custos elevados de contexto e problemas logísticos (custos dos fretes e falta de contentores).
Mesmo assim, o trabalho em rede dos players do Sector da Pedra Natural, resultaram em exportações de 492 Milhões de Euros em 2022 registando um crescimento de 13,01% face a 2021, e comparando com o período homologo (Abril), este ano, já registamos crescimento de 5,5% para 99 países, sendo a Europa responsável por 57,8%. Os principais destinos são França, China e Espanha.
O Sector da Pedra Natural, em Portugal é dos que cria mais valor, pelo que urge uma maior atenção ao seu papel para os desafios nacionais e Europeus.
Um sector com tradição, com uma história de séculos, com crescimentos de inovação e internacionalização significativos, e cada vez mais com respeito pelo ambiente, territórios e por quem lá vive e trabalha. Um Sector de relevância e que deve ser de valorização de todos.
In: https://www.valormagazine.pt/a-excelencia-da-pedra-natural-portuguesa/