
No passado dia 30 de janeiro, em Évora realizou-se uma sessão do Roadshow “Como Desbloquear o Potencial da Indústria Extrativa Regional”, um evento promovido pela CCDR Alentejo, I.P. e inserido nos trabalhos de revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROTA) e na aplicação do regulamento europeu Critical Raw Materials Act (CRMA). O encontro reuniu diversos stakeholders do setor para debater desafios e oportunidades relacionados com a digitalização, automação e descarbonização, elementos fundamentais para o futuro da indústria extrativa na região.
A sessão de abertura contou com a intervenção da Eng.ª Carmen Carvalheira, Vice-Presidente da CCDR Alentejo, I.P., que salientou a importância do alinhamento entre políticas regionais e europeias para garantir um desenvolvimento sustentável e competitivo do setor. Seguiram-se apresentações de boas práticas por parte da Almina, representando a indústria mineira, e da Geosense, ligada ao setor das pedreiras, ilustrando soluções inovadoras já em curso.
Durante os painéis de debate foram abordados temas essenciais para o futuro da indústria extrativa, nomeadamente o papel da digitalização e da sustentabilidade na maximização do potencial regional, bem como os caminhos para uma transição bem-sucedida rumo à descarbonização e à inovação. Entre os pontos em destaque estiveram a necessidade de compatibilizar a exploração mineral com o ordenamento do território, a implementação de modelos de economia circular e a procura por soluções inovadoras que promovam a aceitação social da indústria extrativa.

A intervenção da ASSIMAGRA trouxe contributos essenciais para a discussão, fruto do trabalho estruturante que a associação tem vindo a desenvolver ao longo dos anos. Entre as iniciativas apresentadas, destacam-se:
• O Roteiro para a Descarbonização do Setor, ROADTO2050, que estabelece metas e estratégias para reduzir a pegada carbónica da indústria extrativa e que se encontra atualmente numa fase em que irá dar início à auscultação dos parceiros tecnológicos, naquilo que podem ser as contribuições destes parceiros para a elaboração deste planeamento;
• Foi também apresentado, ainda que sumariamente, o Projeto da Pegada Ambiental do Setor, o compromisso da ASSIMAGRA com a sustentabilidade, promovendo práticas responsáveis na extração, produção e transporte de pedra natural. A iniciativa visa também sensibilizar as empresas para os desafios associados à sustentabilidade, incentivando a adoção de estratégias que minimizem o impacto ambiental e promovam a durabilidade dos produtos e a reciclagem no fim de vida. Este projeto tem como principais objetivos:
– Quantificar a pegada ambiental dos produtos em pedra natural, permitindo uma avaliação precisa do impacto ambiental associado a cada produto.
– Disponibilizar ferramentas digitais que auxiliem as empresas a determinar as suas pegadas de carbono e hídricas, facilitando a monitorização e gestão dos seus impactos ambientais.
– Perceber e incrementar vantagens competitivas face a produtos concorrentes, combatendo práticas de greenwashing e promovendo a transparência no setor
Foram ainda apresentadas as várias iniciativas ao nível do planeamento territorial que têm vindo a ser desenvolvidas, fundamentais para compatibilizar a atividade extrativa com outras utilizações do solo, garantindo um equilíbrio entre desenvolvimento económico e proteção ambiental.
Adicionalmente, foi sublinhado o papel crucial do Digital Innovation Hub para o setor, que está a ser dinamizado com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este hub disponibiliza às empresas um vasto conjunto de serviços e produtos, todos alinhados com as temáticas da digitalização, automação e sustentabilidade, potenciando a inovação no setor.