Os dados provisórios de encerramento do primeiro semestre de 2024, confirmam o abrandamento nas exportações de pedra natural portuguesa. O setor exportou quase 242 milhões de euros, tendo transacionado cerca de 938 mil toneladas de produto. A valorização do produto apresenta um ligeiro decréscimo, face ao mesmo período de 2023, de 3,51%, com registos de exportação para 111 países.
Continua a verificar-se uma retração no volume de negócio mundial, com quase menos 25 milhões de euros transacionados em relação ao acumulado de junho de 2023. A Europa, apresenta valores de retração, de -11,68%, com alguns mercados a apresentar fortes variações negativas face ao mesmo período do ano passado. Mesmo o mercado extra União Europeia apresenta uma retração de -6,26%, a que correspondem menos 7,4 milhões de euros transacionados. A leitura dos dados macro indica uma tendência negativa nos comportamentos dos diversos mercados globais, com fortes retrações na grande maioria dos 10 destinos cimeiros da pedra natural portuguesa. Há, no entanto exceções, como são o caso da França, Vietname e Kuweit.
Apontam-se as seguintes notas:
• O mercado mundial teve uma retração, em volume de negócio, de -9,29%, com menos 25 milhões de euros em volume de negócio. Verifica-se também uma redução da quantidade de produto exportado de menos 132 mil toneladas, -12,36%, o que contribuiu para uma taxa de valorização do produto em 3,51% face ao mesmo período de 2023;
• Foram transacionados menos 17 milhões de euros com países Intra União Europeia, com menos 88 mil toneladas de produto. O preço médio da tonelada de produto aumenta 2,83%;
• Relativamente aos países Extra União Europeia, regista-se também uma retração do volume de negócio de -6,26%, e um decréscimo de -9,94% na quantidade de produto exportado. O preço médio por tonelada de produto, regista um crescimento de 4,08%;
• O comércio com países da EFTA registou uma quebra de 331 mil euros, representando uma queda de -7,56% em relação ao período homólogo do ano anterior. Também na quantidade de produto exportado se regista uma quebra de -32,92%, para a qual concorre um crescimento do preço médio da tonelada em 37,81%;
• O comércio com os países da OPEP, regista também uma variação negativa de -7,86%, também acompanhada de decréscimo da quantidade de produto exportado, com -12,81%. Estes dados são acompanhados de um crescimento na valorização do preço médio da tonelada de produto de 5,67%;
• Em relação aos PALOP, regista-se uma diminuição do volume de negócio, de -17,02% (menos 360 mil euros), e uma quebra na quantidade de produto exportado de -24,66% (-1083 toneladas). Estas variações concorrem de forma positiva para um aumento do preço médio da tonelada, com um crescimento de 10,14%.
De uma forma geral, apesar de alguns mercados apresentarem dados bastante positivos, existe uma quebra generalizada nas exportações de pedra.
Destacam-se ainda algumas conclusões da análise dos dados relativos aos países cimeiros do ranking de mercados da pedra natural portuguesa:
• França ocupa o 1º lugar como mercado destino, com uma variação positiva em todos os indicadores. Tem um crescimento de 4,62% (+ 2,5 milhões de euros), face ao período homólogo de 2023, com mais 4 mil toneladas transacionadas (+2,01%). Também se verifica um aumento do preço médio da tonelada, com mais 2,56%;
• A China, mantém a 2ª posição, apresentando menos 2,9 milhões de euros em volume de negócio, quando comparado com o homólogo de 2023 (-7,96%). Foram comercializadas menos 19,9 mil toneladas de produto (-9,02%). Verifica-se também um decréscimo do preço médio da tonelada de produto em -1,01%;
• Espanha, que ocupa a 3ª posição, apresenta menos 2,6 milhões de euros em volume de negócio (-8,72%) e uma redução de -16,52% na quantidade de produto (menos 33 mil toneladas). Este mercado regista um acréscimo do preço por tonelada de produto de 9,34%;
• Os Estados Unidos, ocupando ainda a 4ª posição, apresentam uma quebra de -21,30%, a que correspondem menos 3,5 milhões de euros em volume de negócio. Foram transacionadas menos 2,3 mil toneladas de produto, com uma diminuição da valorização do produto de -0,20%;
• O Reino Unido sobe para a 5ª posição, com, com uma diminuição -14,84% nas transações comerciais (menos 2,2 milhões de euros), acompanhado também por uma variação negativa de -19,36% nas quantidades de produto exportado (menos 7 mil toneladas). Aponta-se, no entanto, uma valorização do produto de 5,60%;
• O Vietname desce para a 6ª posição, com um aumento no volume de negócio de mais 3,4 milhões de euros face ao mesmo período de 2023 (38,61%) e mais 269 toneladas de produto exportado (2,394%). Este mercado continua a apresentar uma valorização do preço médio da tonelada de produto exportada, com 34,65% de aumento;
• A Alemanha mantém o 7º lugar, mantendo os indicadores fortemente negativos. O volume de negócio, contrai -36,20%, com menos 5,5 milhões de euros transacionados. A quebra na quantidade de produto exportado acompanha a do volume de negócio, com menos -36,06% (menos 25,3 mil toneladas). A valorização do produto continua também a apresentar uma ligeira quebra de 0,22%;
• Das últimas 3 prosições do top 10 de mercados, o Koweit destaca-se pela positova, apresentando um crescimento de 58,62% em volume de negócio (mais 2,1 milhões de euros), com mais 5,1 mil toneladas de produto transcionado (+66,93% face ao semestre homólogo de 2023). Aponta—se no entanto uma variação negativa na valorização do produto, com uma quebra de -4,98%. A Suécia e Bélgica apresentam ambas quebras bastante acentuadas, com volumes de negócio de -20,85% (-1,6 milhões de euros) e -39,76% (-3,7 milhões de euros), respetivamente. Ambas contraem também a quantidade de produto exportado, com -13,32% e -61,50%, respetivamente. Em relação à valorização do produto, a Suécia recua -8,69%, enquanto que a Bélgica apresenta u crescimento de 56,49%.
O desempenho do primeiro semestre de 2024 fica abaixo do registado no homólogo de 2023 e de 2022.
Para mais detalhes, descarregue o Boletim Mensal da Estatística do Comércio internacional.